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Quem me conhece sabe o quanto adoro a cidade que me acolhe. A cidade a que, carinhosamente, chamo de Meu Porto!
Até há poucos anos, morava nos arredores de Vila Nova de Gaia. Durante a minha infância, costumava ir até ao Porto com os meus pais em visitas esporádicas. Na minha adolescência, ao estudar na Escola Secundária Almeida Garrett – aka Liceu de Gaia – comecei a aproximar-me cada vez mais do Porto, sendo frequente irmos até à Baixa ao antigo Storia Del Café ou à Fnac para “estudar”. E, assim, comecei a apaixonar-me pelo Porto, de tal modo que era cada vez maior a certeza de que não iria frequentar uma faculdade que não se situasse no Porto. O que aconteceu.
Durante a minha vida académica, por grande influência das atividades de Praxe, fiquei a conhecer melhor o Porto. Naquela altura, entre 2002 e 2007, o Porto vestia de uma cinzenta melancolia, como uma capa de anti herói. Recorrendo a algumas palavras de Porto Sentido, o meu amor pela cidade consolidou-se no «meio da neblina», durante as caminhadas pelas ruas estreitas e prédios deformados, calcando «pedras sujas e gastas», sob uma luz ténue, com sombras extensas, transmitindo-me uma identidade de idoso com «ar grave e sério», pensativo, com aquele «jeito fechado de quem mói um sentimento».
Depois da faculdade, vivi menos o Porto, limitando-se a ser um local de trabalho.
Porém, quando decidi morar sozinho, e, 2012, o critério mais importante foi encontrar um apartamento no centro do Porto. E, consegui.
A cidade tinha rejuvenescido. Os bares animavam a Baixa, a Cultura era cada vez mais pululante e não faltavam atividades para os tempos de lazer. Desde essa altura, o Porto foi ganhando mais vida – e assim contínua a crescer a cada dia que passa. Não me canso de passear a cidade. Todos os dias há algo novo para ver e fazer. O turismo intensificou e as gentes pareceram ganhar ainda mais ânimo, mais alegria.
Depois de uma semana em Nova Iorque, no regresso, pude concluir que o Porto tem o potencial de ser uma cidade única e especial. E que nem as luzes nem a vivacidade de uma das mais famosas cidades do mundo me fariam esquecer ou trocar o meu Porto.
Hoje, tenho o Porto como uma velha cidade com espírito jovem, aliando Passado, Presente e Futuro. E isto resulta tanto do trabalho dos seus moradores e comerciantes, como da atual equipa autárquica encabeçada por Rui Moreira.
O Porto tornou-se uma marca – Porto. (lê-se Porto Ponto). Uma marca que representa a cidade e a sua gente, uma marca que visto com orgulho.
Por causa deste Amor ao Porto, surge uma nova rubrica neste espaço: Meu Porto. Assim intitulado, inspirado por um fado de Mariza – porque o Porto é como o Fado ou a Saudade: tipicamente português, unicamente português –, que transcrevo adaptando:
Tenho saudades de mim
Do meu amor, mais amado
Eu canto um Porto sem fim
O mar, a terra, o meu Porto
Meu Porto, meu Porto, meu Porto, meu Porto
(…)
Trago um Porto no meu canto
Na minh'alma vem guardado
Vem por dentro do meu espanto
A procura do meu Porto
Meu Porto, meu Porto, meu Porto, meu Porto
Foto: Instagram @Jhonny_Moreira
Relembro que este blog já está presente no Facebook: Graforreia Intermitente.